Acidente com eucalipto já causou mortes em Sapé. Palmeiras imperiais e eucaliptos oferecem riscos à população e precisam de atenção da Prefeitura de Sapé
Depois da operação que envolveu até o corpo de bombeiros para o corte de uma das palmeiras imperiais da Praça João Pessoa, no Centro de Sapé, os eucaliptos às margens urbanas das Rodovias PB 073 e 004 necessitam de poda para evitar acidentes por conta da queda dos enormes galhos que colocam em riscos motoristas e pedestres.
Uma das palmeiras da Praça João Pessoa foi cortada recentemente por estar comprometida e oferecer risco aos moradores do entorno da praça e às pessoas que frequentam o local. Outras palmeiras também apresentam os mesmos sintomas e necessitam de tratamento especializado para manter um dos principais cartões postais da cidade. “Eu tenho uma foto do meu pai plantando essas palmeiras junto com Seu Adolfo, em 1943, quando a rua ainda era de barro. As mudas vinham dentro de umas latas usadas de querosene da marca Jacaré”, disse o jornalista Giovanni Meireles, que morava no entorno da Praça João Pessoa.
Em Janeiro desde ano, um dos enormes galhos de eucalipto caiu em plena rodovia PB 073, mais precisamente na entrada a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), que, por sorte, não ocasionou um acidente grave. Em 2019, um dos moradores fez uma fogueira junina no pé de uma dessas árvores, que não resistiu e também caiu na rodovia, atingindo um casal que passava numa moto. O casal que chegou a ser hospitalizado com ferimentos leves.
Em 2017, um aposentado de 65 anos morreu ao ser atingido por um eucalipto na Rodovial PB-004, entre as cidades de Sapé e Cruz do Espírito Santo. O homem estava em uma motocicleta quando o eucalipto caiu sobre ele. A nora do homem, ao chegar ao local e vê-lo morto, passou mal e também morreu. Veja o vídeo da reportagem à época.
O ambientalista Marlindo Francelino, presidente do Centro de Conscientização, Defesa Ambiental e Social (Cedams), disse que já vinha alertando o poder público a respeito da saúde das palmeiras imperiais da Praça João Pessoa, mas a gestão anterior nada fez para tratar os vegetais, chegando agora a cortar uma das palmeiras e pelo menos outras quatro podem estar em fase avançada de apodrecimento.
Quanto os eucaliptos, Marlindo disse que já pediu também a atual administração que providenciasse da poda, mas até agora nada foi feito e duas queda de galhos já ocorreram em menos de um mês. “Os eucaliptos foram plantados pelo Projeto Verde Vida com autorização e instruções do DER. Eles estão a 15 metros do centro da pista com um distanciamento de 20 metros de um para o outro, o problema é que todas árvores precisam de podas, principalmente em área urbana, esses eucaliptos estão com dezesseis anos e apenas alguns tiveram podas.” Disse Marlindo Francelino.
O histórico de desrespeito às árvores é uma constante na história recente de Sapé. A ex-prefeita Maria Luiza do Nacimento cortou todas as árvores de grande porte da Praça João Úrsulo, prometendo fazer ali um terminal rodoviário. Já a gestão do ex-prefeito Roberto Feliciano também promoveu o corte de grandes árvores no centro da cidade para a construção de uma ciclovia. “As árvores devem ser respeitadas, mantidas e cuidadas. Os projetos urbanos, de qualquer porte, devem se adequar de forma a manter as árvores. Não dá pra usar a desculpa de cortar árvores centenárias em nome de obras de concreto sem nenhuma importância. O terminal rodoviário nunca saiu do papel e a ciclovia é inútil, já apelidada inclusive de ciclovia fantasma. Uma vergonha para o município que tem um pé de tamarindo e as palmeiras imperiais como referências. A culpa dos acidentes não é das árvores, é da negligência dos gestores”, disse Jorge Galdino, diretor do Cedams e tecnólogo em gestão ambiental.
Cabe à Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMAIE) prover a poda e tratamento das árvores, garantindo a segurança da população, o paisagismo, o respeito ao meio ambiente e à manutenção do patrimônio natural do município.
Da Redação do Portal GPS.
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