O município de Sapé não abriu uma única vaga de UTI e Upa continua fechada
A história da Unidade de Pronto Atendimento de Sapé (UPA) se estende desde 2014 e atualmente o prédio encontra-se pronto e abandonado. Mesmo com o estado de calamidade pública decretado em virtude da pandemia de Coronavírus, nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi aberto no município, apesar de Sapé estar entre as 10 principais economias do Estado da Paraíba. A Upa de Sapé já foi inclusive inaugurada, mesmo sem qualquer equipamento, como consta no site da prefeitura de Sapé.
Em 2018, foi aprovada e sancionada a Lei nº 1280, que deu o nome do ex-prefeito José Feliciano da Silva à Upa de Sapé. O ex-prefeito é pai do atual prefeito Flávio Roberto Malheiros Feliciano. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) faz parte da Rede de Atenção às Urgências. O objetivo é concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192.
Em junho de 2019, a Comissão de Intergestores Bipartite da Secretaria de Estado da Saúde, aprovou a Resolução CIB-PB Nº 64, aprovando a proposta de readequação física da UPA para Centro Especializado de Reabilitação – CER Físico e Intelectual. O Centro Especializado em Reabilitação (CER) é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação, que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde da pessoa com deficiência no território. É organizado a partir da combinação de no mínimo duas modalidades reabilitação (auditiva, física, intelectual, visual).
No município de Sapé foi decretado o estado de “calamidade pública”, medida confirmada pela Assembleia Legislativa, mas nenhuma ação foi tomada pelo poder público municipal para amenizar os impactos econômicos, financeiros e sociais da pandemia. Enquanto diversos municípios estão construindo hospitais de campanha em igrejas, estádios de futebol e até em estruturas de lona, o município de Sapé dispõe do prédio da UPA completamente abandonado, que poderia ser utilizado como suporte a municípios circunvizinhos como Mari, Sobrado, Riachão do Poço, Pilar e Capim, além de atender aos pacientes do próprio município, desafogando a estrutura hospitalar da capital.
A redação do Portal GPS enviou questionário ao gabinete do Prefeito de Sapé indagando sobre quais medidas o município está tomando para atender aos estudantes carentes da rede pública municipal de ensino, feirantes, pequenos comerciantes prestadores de serviços, facilidade no pagamento de impostos e sobre a estrutura preparada na área da saúde para o enfretamento da crise epidemiológica, mas até o momento nenhuma resposta foi disponibilizada. A solicitação foi enviada através do Sistema Eletrônico de Informação ao Cidadão (e-Sic), de acordo com a Lei de Acesso à Informação.
A questão da UPA de Sapé perdurou durante os dois mandatos do atual prefeito, que fez campanha prometendo a abertura da UPA, promoveu a inauguração do prédio e sempre teve apoio político do Governo do Estado e de deputados votados em Sapé, mas, mesmo diante de todo o aparato político, nada foi feito, e nem mesmo agora, diante da calamidade epidemiológica, o poder público não consegue dar a devida destinação àquela unidade de saúde.
Da Redação GPS
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