Prédio da creche foi demolido sem qualquer explicação e hoje resta apenas mato e ruínas, causando prejuízos ao erário e à comunidade
A reportagem do Portal GPS fez um levantamento sobre a demolição do prédio da Creche Municipal de Educação Infantil Helena Pessoa de Melo Ribeiro Coutinho (Creche da Agrovila) na gestão do ex-prefeito de Sapé, Flávio Roberto Malheiros Feliciano. O prédio havia passado por reformas na primeira gestão de Roberto, e no segundo mandato foi simplesmente demolido, sem ouvir a comunidade e sem qualquer justificativa, deixando no local apenas o terreno que, até hoje, acumula mato e as ruínas da antiga edificação. A creche atualmente funciona no prédio de uma escola estadual que encerrou as atividades em 2017.
Em janeiro de 2016, Roberto Feliciano anunciava nas redes sociais a reforma do prédio da creche, enfatizando que após 32 anos de existência, o prédio passaria por ampliação e adequação dos espaços físicos, divulgando na postagem diversas fotos da obra. Em seu segundo mandato, dois anos após a reforma, o prédio da creche foi demolido e a creche passou a funcionar no prédio da Escola Estadual de Ensino Fundamental Comendador Renato Ribeiro Coutinho, localizado ao lado do prédio da creche. A escola estadual teve o funcionamento encerrado em 2017 e até hoje a creche municipal funciona no prédio dessa escola.
O ex-prefeito também se enganou na postagem, pois em 1999, na gestão do ex-governador José Maranhão, a creche tinha passado por uma ampla reforma. À época a Creche Helena Pessoa fazia parte da rede estadual de ensino. A placa na parede do prédio e fotos da época mostram como ficou a unidade escolar após a reforma.
O fato é que não havia qualquer motivo para a demolição do prédio da creche, uma vez que o município não apresentou justificativa ou qualquer projeto para o local. A prefeitura, há vários anos, loca prédios, casas e salas comerciais para comportar diversos departamentos, secretarias e outros órgãos públicos, e o prédio da creche poderia servir para o funcionamento de qualquer setor da estrutura administrativa.
O líder comunitário Manoel de Araújo (Nenel da Agrovila) disse à reportagem do Portal GPS que nenhuma justificativa foi apresentada e nem a comunidade foi consultada a respeito do destino do terreno da creche, e os moradores da Agrovila amargam a demolição do prédio da creche, já que no local só restou um terreno baldio com muito mato e detritos da antiga construção.
A reportagem do Portal GPS tentou contatos com o ex-secretário de educação, Kildare Freitas, mas ele não retornou nosso contato. Também foram enviadas mensagens solicitando contatos com outros membros da gestão do ex-prefeito Roberto Feliciano, que acusaram o recebimento das mensagens, mas não responderam aos questionamentos.
O Portal GPS também enviou questionamentos à atual secretária de Educação, Fernanda Mendes Cabral e ao prefeito Sidnei Paiva (Podemos), mas os atuais gestores também não responderam aos nossos contatos. Assim, a comunidade da Agrovila fica sem saber o motivo da demolição do prédio da creche por parte do ex-gestor, e fica também sem informação sobre o destino do terreno baldio, já que não existe qualquer projeto para o local na atual gestão.
Enquanto o terreno acumula lixo, mato e entulhos, a creche continua funcionando no prédio da antiga Escola Estadual Comendador Renato Ribeiro Coutinho, que também já necessita de reformas. Não se tem notícia se o prédio da escola pertence atualmente ao município ou ao estado.
A gestão do ex-prefeito Roberto Feliciano foi marcada por descaso com a educação. Além da demolição do prédio da creche, o setor educacional amargou a falta de investimentos, motivo pelo qual o ex-gestor vem sendo citado em relatórios do TCE-PB por investir menos que o mínimo estipulado em lei na educação e poderá ter as contas rejeitadas. O magistério também ficou sem reajuste salarial durante os dois mandatos de Roberto Feliciano e ao final da gestão ainda houve o desvio milionário de recursos depositados na conta do antigo Fundef.
Cabe à Câmara Municipal, ao Ministério Público e às demais autoridades e órgãos responsáveis pela fiscalização dos recursos públicos apurarem o prejuízo ao erário com a destruição de um prédio público sem qualquer motivação, deixando a creche sem sede, e o descaso com o terreno baldio de responsabilidade do município, em plena comunidade urbana.
Da Redação do Portal GPS.
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