Episódios vergonhosos para a administração pública como a derrubada da tenda, o acorrentamento de membros do sindicato na prefeitura e o “funeral” da educação marcaram a luta sindical dos servidores municipais em Sapé
No dia 13 de julho de 1999, fundamos o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sapé (Sindservs), um marco na luta por direitos no município e sinônimo de conquistas, resistência e união da categoria dos Servidores Públicos Municipais de Sapé em torno de ideais de valorização, melhores condições de trabalho e respeito.
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Tudo o que aconteceu serviu para fortalecer vínculos e ter nos tornado uma grande família, forjada na luta de décadas que começou pela manutenção do concurso público promovido pelo então prefeito João Carneiro Carmélio Filho. Essa foi a primeira e grande conquista de todos aqueles que estavam ameaçados pela perda do cargos conquistados, por conta do calote do prefeito em cima da empresa promotora do certame. A empresa se recusava a entregar os documentos do concurso e o prefeito se recusava a pagar a empresa. E no meio dessa vergonha estávamos nós: pobres servidores recém-empossados na prefeitura e já com a corda no pescoço.
Foi uma luta! Tivemos que correr atrás de documentos, reunir tudo, catalogar e enviar para a justiça que cobrava os papéis. Mas conseguimos! Foi a união e o esforço de todos que nos fez marcar nosso primeiro gol. Esse foi só o primeiro da goelada e foi o sindicato que uniu o time em torno dessa luta.
Depois veio o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCR) do Magistério. A lei foi proposta pelo Executivo, mas tinha tantos absurdos que era melhor que ela nem existisse. Foi então que o sindicato mais uma vez convocou a categoria e sob muita pressão, união e atuação que “forçamos a barra” e impusemos uma lei descente, que ainda não era a ideal, mas era um grande começo para uma categoria desvalorizada e humilhada.
O PCCR do magistério de Sapé virou referência para outros municípios, a luta do sindicato acendeu chamas e outros sindicatos forma seguindo o exemplo do Sindservs. Mari, Sobrado, Riachão do Poço, Cruz do Espírito Santo e diversos outros municípios foram assessorados por nós e criaram seus sindicatos. Todos filhos da luta. Todos filhos do Sindservs.
Depois desse segundo gol, aí só foram vitórias atrás de vitórias. Todos os anos, tínhamos campanhas salariais e o magistério, categoria mais unida e mobilizada, conseguiu todos os anos impor percentuais de aumento real de salários e modificações constantes no PCCR. Conquistas como adicionais para quem trabalhava na zona rural, progressão por tempo de serviço (Classes), promoção por graduação (formação), inclusão da classe “G” no PCCR e muitas outras conquistas, mas para mim a mais importante foi a conquista do respeito, valor esse que deve ser mantido e ampliado para que todos possam ser mais valorizados e assim prestem serviços de qualidade à população.
Tivemos episódios sérios e vergonhosos para a administração pública, como a derrubada da tenda no governo da ex-prefeita Maria Luíza, o acorrentamento de membros do sindicato na prefeitura e o “funeral” da educação na gestão de João Clemente. Batalhas simbólicas que vencemos e nos fortalecemos. Mostramos que somos fortes e que o verdadeiro poder é o do povo unido.
Tivemos muitas conquistas coletivas e individuais, mas o fato é que o Sindservs é hoje um patrimônio do servidor público e um exemplo de movimento social que foi reconhecido em toda a Paraíba e até fora dela.
Nessa data em que a entidade completa 23 anos de fundação, deixo aqui meu agradecimento, respeito e admiração pelos que lutam e se dedicam à causa coletiva, pelo bem comum e pela valorização pessoal e profissional da categoria, registrando aqui meu orgulho em ter participado da fundação e acompanhado o progresso do Sindservs.
PARABÉNS SINDSERVS. PARABÉNS PARA TODOS NÓS!
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Por Jorge Galdino – Jornalista e ex-presidente do Sindservs.
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