PONTO DE VISTA – Por José Ricardo
Sou contador de ofício e bancário de estrada. Atualmente, fiscal da natureza e exercendo contabilidade negativa. Tenho ocupado meu tempo ocioso em algumas atividades para não perder o rudo da vida. Uma das tarefas diárias é tabular dados da pandemia em uma planilha que criamos para tal finalidade. Todo dia é aquela agonia torcendo para que os números se revertam às escalas inferiores e as setinhas de desempenho apontem para baixo, o que significa melhora dos dados registrados.
Para o nosso desânimo, vemos que uma tendência de elevação dos percentuais desfavoráveis. O Brasil está indo no sentido contrário do bom senso. Dados científicos comprovam que o melhor remédio para combater o vírus que se alastra é o isolamento. Países que desafiaram esse estudo científico amargam números tenebrosos. EUA, Itália, Espanha, Suécia, dentro outros estão arrependidos amargamente por terem desprezado o poder devastador do coronavírus. Países mais conscientizados estão atravessando a tempestade de uma forma menos traumática. O Brasil se insere no grupo dos irresponsáveis. Não só o Presidente, precursor do caos sanitário que nos afeta, agora temos que conviver com protestos de lados ideológicos, que ignoram o perigo da contaminação e travam batalha insana defendendo suas suas posições. Chega a ser desanimador contabilizarmos hoje 614.941 casos confirmados, 34.021 óbitos, chegando-se ao número absurdo de 1.473 mortos nas últimas 24 horas, ainda com 325.957 casos sob acompanhamento e recuperação de apenas 254.965 pacientes da COVID-19.
É assustadora essa realidade e nos traz uma angústia muito grande quando sabemos que o mandatário maior da Nação está pouco se lixando para essa fatalidade, que acredito, seja o pior drama vivenciado por nós, desde o descobrimento do Brasil. Some-se à insanidade de protestos extemporâneos, que teve início com uma turma que flerta com o neofascismo e o nazismo, sob aplauso do Presidente, o que de certa forma monopolizou o espaço de protestos. Eis que surge a turma do deixa disso e estabelece uma verdadeira batalha, ignorando a necessidade de isolamento nesse momento crítico da pandemia e aí o nosso destino fica entregue nas mãos de Deus.
Lamentável que tenhamos que ocupar Deus para cuidar das nossas irresponsabilidade. Tudo seria mais simples se tivéssemos na chefia do executivo uma pessoa sã e não um louco ideológico que não está disposto a vender barato a sua sede de poder e de aniquilação de quem se opõe às suas ideias sombrias. Vamos apelar para o bom senso e que pelo menos os protestos justos contra o fascismo sejam feitos de forma ordeira e com os cuidados necessários para não alastrarmos o vírus e elevarmos a curva de contágio, colocando, de vez, o sistema de saúde em colapso irreversível.
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