Falta de informações aos vereadores e pressão dos servidores municipais brecam, na Câmara, projeto que aumenta contribuição dos servidores municipais de Sapé
Nem bem acabou de completar um semestre de governo, o prefeito Sidnei Paiva (Podemos) apresenta um histórico infindável de crises políticas e governamentais. O governo vem se caracterizando por apresentar uma postura arrogante até mesmo com os seus aliados. Há meses, disputas de bastidores dentro da gestão tem agitado as redações de blogs e grupos de WhatsApp da cidade e da região.
O Partido dos Trabalhadores (PT) vem travando lutas contra a reforma da previdência em todo o país e a reforma da previdência aprovada pelo Governo Federal vem causando embates entre governos e trabalhadores nos Estados e Municípios, e em Sapé, o PT alega que a versão municipal da Reforma da Previdência foi piorada pelo prefeito Sidnei Paiva (Podemos) com um “pacote de maldades“.
Na manhã da última quinta-feira (10/06), a cidade foi surpreendida com a divulgação de um racha na base de apoio do prefeito na Câmara através de um manifesto lido por um dos vereadores, até então aliado do prefeito, informando da criação de um grupo de parlamentares “independentes”.
Liderados pelo presidente da casa, Abraão Júnior, do mesmo partido do prefeito, que não assina o manifesto do Grupo dos Seis apenas por uma questão de formalidades legais, no entanto, fez questão de manifestar abertamente seu apoio ao grupo de vereadores rebeldes e também se declarou independente.
O tempero que azedou de vez a relação entre o Executivo e os vereadores foi o envio do inconsistente projeto de aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos municipais, que eleva a contribuição mensal do trabalhador de 11% para 14% e aumenta a taxa de manutenção do para o patamar de 3% ao ano, sem fornecer nenhum estudo técnico que fundamente a necessidade de aumentar essas alíquotas e que colocou os parlamentares em rota de colisão com os funcionário públicos e demais setores organizados da sociedade sapeense.
Na audiência pública, solicitada pelo Partido dos Trabalhadores e acatada pelo presidente da casa, que objetivou debater o projeto de mudanças no Prev-Sapé e esclarecer as consequências de sua possível aprovação, ficou escancarado dois fatos fundamentais.
Primeiro, a constatação de que o prefeito está preocupado apenas com o aumento da arrecadação às custas dos servidores e tentou armar uma encenação de um mundo encantado através de um animador contratado para iludir os representantes da categoria presentes. O segundo ponto é a prepotência com que o prefeito trata sua base de sustentação no parlamento municipal. “O Executivo sequer teve a consideração de fornecer informações, mesmo que básicas, para que os vereadores e vereadoras pudessem minimamente defender um projeto que na essência é indefensável, haja vista os erros grosseiros, a ausência de dados técnicos-financeiros e as diversas inconsistências que apresenta”, disse Miguel Alves, dirigente do PT em Sapé.
O prefeito Sidnei Paiva queria que os vereadores votassem um projeto dessa envergadura no escuro e que os servidores aceitassem calados e conformados os prejuízos. Obviamente os servidores reagiram e os vereadores desconfiaram das informações (ou da falta de informações) do Executivo causando, assim, o racha político. “Resta-nos acompanhar os desdobramentos e apelar para o bom senso dos vereadores em fazer realmente a defesa dos servidores e do conjunto da população sapeense. Ou será apenas uma briga por mais espaço sob as asas do governo municipal? O tempo nos dirá”, finalizou Miguel.
Do Diretório do PT de Sapé-PB.
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