Prefeito Sidnei Paiva diz que falta de medicamentos é pontual e nos bastidores já se fala em reforma administrativa. Pelo menos 70 processos tramitam no Ministério Público relacionados ao setor de saúde de Sapé
O Ministério Público do Estado da Paraíba instaurou Procedimento Administrativo (PA nº 64/2° PJ – Sapé/2021) para apurar o mal funcionamento da farmácia básica de Sapé e a deficiência do Município e/ou do Estado da Paraíba na prestação de serviço voltado à saúde. O procedimento é assinado pela promotora de justiça em substituição, Simone Duarte Doca.
Pelo menos setenta processos, instaurados somente este ano, tramitam no Ministério Público na comarca de Sapé envolvendo a secretaria de saúde de Sapé, sendo a maioria para a tratamento de saúde e fornecimento de medicamentos. Até mesmo a falta de fornecimento de leite especial figura na lista dos processos.
Em entrevista divulgada através das redes sociais, o prefeito de Sapé, Sidnei Paiva de Freitas (Podemos), alega que a falta de medicamentos é pontual, mas as famílias estão constantemente procurando o Ministério Público para garantir o fornecimento de leite, medicamentos e tratamento médico, além da constatação de irregularidades em vistoria realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba e das diversas denúncias nas redes sociais e nos meios de comunicação.
Nos bastidores, já se fala em uma reforma administrativa em diversos escalões da gestão pública municipal, notadamente nas pastas da saúde, educação e controladoria geral. A reforma aconteceria até o final do ano, em plena vigência de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em fase de instalação na Câmara Municipal para apurar a prática de “rachadinhas” e de funcionários fantasmas na folha de pagamento do município.
CRM-PB fiscaliza Hospital Regional de Sapé e constata irregularidades
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) fiscalizou o Hospital Regional Dr Sá Andrade, no município de Sapé, no último dia 28 e, conforme o relatório de fiscalização, faltam materiais e medicamentos essenciais para o atendimento de urgências, há superlotação e permanência de pacientes graves em sala vermelha, além de problemas no setor de radiografia.
A vistoria foi realizada por solicitação do Ministério Público da Paraíba para verificação de fluxo de atendimento e disponibilidade de materiais, medicamentos e insumos hospitalares. Recentemente, o CRM-PB fiscalizou o hospital duas vezes: em abril deste ano e em dezembro de 2020. Nesta última vistoria, em outubro de 2021, foi constatado que alguns problemas persistem.
No momento da vistoria, o setor de pronto-atendimento estava moderadamente cheio, a sala vermelha com superlotação, com pacientes internados aguardando regulação de vagas para leito em UTI, para tomografia e para avaliação neurológica. A sala de radiografia conta com um equipamento antigo, com limitação de realização de alguns exames, o avental plumbífero com aspectos deteriorado, além de estar faltando filme para radiografia de tórax.
A equipe do CRM-PB também observou que no hospital faltam medicamentos básicos e seringas. A escala médica de plantonistas (três diurnos e dois noturnos) estava completa, mas não há escala de médico diarista. O relatório do CRM-PB foi enviado à direção do hospital, ao gestor municipal, à Promotoria de Justiça de Sapé, à Vigilância Sanitária e ao Conselho Regional de Técnicos em Radiologia.
Da Redação do Portal GPS.
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